Rede La Salle comprometida com a Reconstrução
Programas Sociais 31/07/2024Texto do Irmão Elisandro Paulo Kaiser relata muito ainda a ser feito para recuperar os municípios
Precisamos fazer memória do início conturbado que foi o mês de maio deste ano, quando amanheceu com uma chuva torrencial e com algumas rodovias e encostas com deslizamentos de terra. E os noticiários ao vivo, notificando e alertando sobre a possibilidade real de acréscimo do volume de chuvas, provocando enchentes e deslizamentos de terras. E isso realmente se tornou realidade, onde mais da metade dos municípios gaúchos foram atingidos de forma devastadora por deslizamentos, destruição de estradas e rodovias, destruição de residências, comércios, igrejas, colégios, morte de pessoas e animais.
Foi nesse cenário de desolação que a Fundação La Salle se destacou como um farol de esperança e ação efetiva. Nossa equipe, incansável e dedicada, prontamente se mobilizou para responder à emergência, coordenando esforços de resgate e assistência em várias frentes. Um número significativo de vidas humanas e de animais foram interrompidas, e algumas que não foram e provavelmente não serão encontradas, ou seja, são dados como desaparecidos. Aí vem o sofrimento da perda de um familiar ou de seu amigo pet, da perda dos seus materiais ou residência que lutou anos para conseguir adquirir.
A enchente veio de forma rápida e destruidora, inundando grandes extensões de terra, como foi o caso do município de Canoas, onde houve um número significativo de bairros, pessoas e animais que precisaram ser resgatados por bombeiros, militares e voluntários civis, que se dedicaram com destemido esforço no auxílio ao resgate desses seres indefesos. Entre esses voluntários estavam muitos colaboradores da Fundação La Salle, que não mediram esforços para ajudar, reforçando nosso compromisso com a comunidade.
A grande maioria dessas pessoas e animais estava molhada, com frio, frágeis e desesperadas, somente com a roupa que estava vestindo em seus corpos molhados e frios. Foram aos poucos recolhidos e encaminhados para os abrigos, onde, graças à articulação da Fundação La Salle, receberam roupas, cobertores, alimentação e um espaço para dormir. Imaginava-se que seria por um período breve de tempo, uma semana talvez, essa permanência nos abrigos, mas não foi o que aconteceu. A maioria permaneceu por quase 60 dias nos mesmos, e aqueles cujas casas foram totalmente destruídas e os animais que não foram procurados pelos seus donos ou não conseguiram uma nova família continuam nos abrigos ou em moradias provisórias.
Destaco também que a limpeza dos bairros atingidos pela enchente ainda não foi concluída. Há uma boa quantidade de móveis, eletrodomésticos, roupas e outros objetos perdidos que se acumulam nas ruas e calçadas. Na segunda quinzena do mês de junho, iniciou-se o processo de retorno das pessoas e animais que estavam nos abrigos para as suas casas, é claro, daqueles que a casa não tinha sido destruída. Isso foi acontecendo de forma bastante lenta, pois havia vários passos a serem seguidos: a retirada dos móveis de dentro da casa, a retirada da lama, a limpeza e o conserto, e a reposição de alguns móveis e utensílios básicos que receberam de doação ou adquiriram através de compra. A Fundação La Salle esteve presente em todas essas etapas, apoiando a reconstrução das casas, comércios, igrejas, colégios, das cidades e das vidas de seres humanos e animais, que ainda continua.
Ir. Elisandro Paulo Kaiser